Mas majoritariamente, o uso simbólico da Orquestra Sinfonica, foi apropriado pelo Estado em suas diferentes esferas. Orquestra Nacional, Estadual e Municipal. A face "ilustrada" do estado, num Brasil onde cultura é um negócio é mais questão de status quo, que de politica pública. Os artistas que dela participam se tornam colaboradores de sua função, com uma mentalidade de funcionalismo público, no pior sentido da palavra, ou seja, sinônimo de acomodação, conservadorismo e desinteresse público.
Minha experiência pessoal com esse meio institucional começa em 1984, quando a convite de Fernando Peixoto e Isaac Karabtchevsky, compus para o Teatro Municipal de São Paulo o balé-cantata O. DE A. DO BRASIL (Oswald de Andrade do Brasil) em 1984, marcando 30 anos de falecimento do poeta e escritor.
Então, aos 23 anos, após entregar na portaria do Municipal uma partitura (a primeira versão da ópera O Inferno de Wall Street - texto de Sousândrade) algumas semanas depois fui chamado para uma conversa com ambos. Foi então, me encomendado uma criação para a Orquestra Sinfonica do Teatro Municipal e demais corpos estáveis, para homenagear Oswald.
Em resumo: o balé não queria bailar, o coro não queria cantar e a Orquestra não queria tocar. Uma experiencia notável, fiz ali, meu PhD em músico de orquestra e artista-funcionário público.
Nunca mais pisei no Municipal para trabalhar com os chamados "Corpos Estáveis"...
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